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Mostrando postagens de agosto, 2006

sonhos (?)

no ar, a edição 9 de escritoras suicidas , com o tema: sonhos abaixo, um "poemeu" desta edição: s.o.s. solidão sonho que comporta outros corpos pesa pouco tenso o pesadelo que suporta cama só : sem soma de t[r]emores valéria tarelho

a césar o que é de césar

esgota-se agosto que ruge orgias bélicas apaga-se a efígie que rege clássica mescla de sons em escala esquálida esvai-se a oitava gota da dúzia dose de dúvidas gasta-se um oitavo das doze cotas de dívidas augusto o goivo reage disposto a liquidar [mau] augúrio : armado de aroma e chuva de ouro dou adeus desgosto a teu corpo morto de com pos to [em trinta e um ônus] a gosto dou olá ao deus- dará valéria tarelho

rodrigueana

dispenso o bom gosto gasto de uso [ prolixo ] roto de tanto [ no osso ] tedioso de ócio lambisco um nada prático prato atípico guarnecido de asco assim almoço vida fóssil dura & bruta como ela é : feita [ frita ] no grito (gr)atinada na palavrardente tragicômica porno_ gráfica ácida al dente recém-suada do forno na sobremesa degusto vidinha nua bonitinha & engraçadinha ordinária úmida de chuva [ como dita a má conduta ] embaraços de família em meio a ceia : obscena folhetinesca maldita poesia grotesca [ grau máximo ] : profiro valéria tarelho

locução

gravura © john tenniel "depois de você os outros são os outros e só" Leoni - os outros a gente brinca briga de mentirinha a gente mal se fala lê o [pre]texto das estrelinhas é asfixia quando é galáxia enquanto a gente faz de conta que a gente namora a gente finge que não mora nem vê a gente nem aí para poesia de voyeur prosa de viagem eu o chamo de chato no dialeto estrábico que ele já domina ele me desa[r]ma doma demanda é meu ímã [a]trai sem supor que pois a gente city a gente country a gente neverland [wonder onde, alice?] eu & ele [ali & se] um paradoxo à parte beer & coca light malte & tea party a gente se encontra no entanto a gente parte no encanto dos contrastes entretanto a gente nem nós nunca os dois never mor[r]e a gente hesita ou habita um no ou do outro nesse nonsense a gente reage a rege o exceto se a gente insiste no incide em existe há e tem um quê de em toda essa esquisitice a gente : humpty dumpty loucos são os outros e sós valéria tarelho *

à unha

uma dose de minúcia : cisco asterisco pulga coisa mínima que [no mínimo] coce a vista belisque a língua atice o tímpano : preciso poema sem cílios postiços sem mamão com açúcar que salte sugue sangre soe sem ruído : persigo valéria tarelho

levis & leevre

hoje dispenso meu lado dark e largo, no armário, o pretinho básico, diário. pra variar, (ul)trajo algo indigo : rasgado, justo, sujo, stonado... - um escândalo, ele diria - sábado, abaixo do umbigo e acima da virilha, não quero nada bem comportado. valéria tarelho * da série: "vale a pena ler isso de novo?"

lançamento em 4 de setembro

clique na imagem para ampliá-la O Mamaluco Voador — Luiz Roberto Guedes [RELEASE] Novela é narrada pelo padre Manuel da Nóbrega “O Mamaluco Voador” inventa aeronauta pioneiro no Brasil-Colônia A Travessa dos Editores, de Curitiba, está lançando a mais ambiciosa aventura literária de Luiz Roberto Guedes: O Mamaluco Voador , misto de novela histórica e crônica irônica dos primórdios da colonização do Brasil. Narrada pelo jesuíta Manuel da Nóbrega (1517-1570), em puro “portoguês” quinhentista, esta novela epistolar resgata a lenda perdida do primeiro padre voador da Terra Brasilis : o noviço mameluco Anrrique Braz, filho de um ex-frade franciscano e de uma índia cristianizada. Baseado na correspondência dos primeiros jesuítas no Brasil, O mamaluco voador dá notícia do dia-a-dia na colônia: os “maos custumes dos gentios”, as crueldades perpetradas contra eles pelos “maos christãos”, a invasão dos hereges franceses no Rio de Janeiro, e os trabalhos, fomes e fadigas sofridos pelos “soldados

filha da pauta

a cabeça cheia de porquês a mente porca [por causa daquela coisa que me dá quando me dou e me dôo e me dão por aí] não escrevo palavrão porque papai me obsta mamãe ensinou todas as respostas [mamãe é foda culta] valéria tarelho

loas

por hora ela me dá colo não mais cólera oferece cálice cama corbelha mostra garbo de boa moça ! sonsa ! a vida - amiguinha da onça - pensa que engana logo a mim : dama das camaleoas valéria tarelho

viva Leminski [vivo, sempre]

p. leminski n. ctba / 24 ag 44 bóia fria do texto trovador apaixonado cançonetista apanhador de arrepios acrobata p leminski já me matei faz muito tempo me matei quando o tempo era escasso e o que havia entre o tempo e o espaço era o de sempre nunca mesmo o sempre passo morrer faz bem à vista e ao baço melhora o ritmo do pulso e clareia a alma morrer de vez em quando é a única coisa que me acalma p leminski

pesos e [des]medidas

antes a insônia só era o peso sono: desejo branco brando relevo no véu da névoa [noiva - pudica - do orcus negro] irrelevante o grafite cal[ma] virgem onde erige a noite núpera [núpcias às portas da morte] nada mais absurdo que a luz além do muro nada mais lúcido que há pez absoluto agora o sono crê [criança] em levez na balança só mede o medo lúdico de amanhecer para o recreio te sonho amor no descuido do pesadelo valéria tarelho

dois cliques de sábado

clique na imagem para ampliá-la da esquerda para a direita: liliana lavoratti, representando jussara salazar valéria tarelho lucas carrasco [florbela de itamambuca] virna teixeira bruna beber andréa del fuego

última chamada

um tanto quanto plástica

não, meu bem, hoje não tem poesia. poesia [essazinha] é pra quem tem peito e hoje acordei para a realidade: preciso - urgente - de uma prótese. caiu a ficha, assim que notei as formas mínimas. poeminhas cheirando a leite [tão parecidos com os de menina que adolesce]. coisinha meio empinadinha, é certo, mas nada notável. nem um pouco proeminente. niente, nothing, rien, nichts, nada que atice o imaginário [hétero, homo, bi e todos os seus derivados]. a vantagem [no não avantajado] é que são naturais. e meus. tem voyer que não se incomoda. até gosta. os olhos gozam entre uma espiadela e outra nessa ausência de protuberância. carência, só pode. ou coisa indefinida, que nem aquele tal [o pai daquela palavra esquisita: psi qualquer coisa] se atreveria. mas hoje não, meu bem. hoje acordei mulherzinha de tudo. vaidosa atéééé. cheia de pose. e possessa. querendo meter os peitos nesse mundão com fome de carne. ânsia de substância. mundo cão. carnívoro mundo homem. mas, cadê? assim, desprovida d

à francesa

1 nada sei a não ser do seio do nada : nódoa que detona tecidos : nódulo no dedo [médio] do tédio nada nas mamas calejadas da poesia ainda encontro a cura seja na bula na bíblia na cabala uma fuga na bala na agulha 2 nada sou/ serei a não ser um sopro de savoir-faire : adega - demi-sec - do saber : adaga - cega - da sabedoria nada na língua flácida da poesia ainda acho abrigo seja nos livros nos discos nos vídeos alguma verdade na vaidade no vício 3 nada sei além do que não paira mínima dúvida : tudo enfim finda em nada ainda resta uma saída valéria tarelho "Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo." (Álvaro de Campos - trecho de Tabacaria)

convite

www.escritorassuicidas.com.br ~> confira no site da LIBRE a programação completa

siameses

somos os mais íntimos os mais enigmáticos mesclamos nossas peles com a pleura da palavra somos sílabas singulares sem sofismas plurais somos os mais cúmplices parecemos os mais complexos possuímos o mesmo álibi o teu veneno é mel o meu tanino é céu meu e teu o suor sob um sol de meia-noite teu e meu o soro sobre o húmus dos insones só nosso o endereço do segredo confinado em um quarto crescente [fonte das sedes foco das fomes fólio de sucessivas mortes] e mudos e desnudos e completos seguimos rumo ao cimo do sigilo pátria dos prazeres secretos solo do intraduzível língua onde nós nos confundimos valéria tarelho

Hora H

Entre a próxima terça-feira, 15, e dia 19 (sábado) , a Casa das Rosas-Espaço Haroldo de Campos de Literatura e Poesia apresenta Hora H : um ciclo de eventos em homenagem aos aniversários de vida e morte do poeta Haroldo de Campos.Organizado por Ivan e Cid Campos, a homenagem reúne estudiosos e admiradores da obra de Haroldo de Campos. Serão feitas projeções de filmes, como os de Júlio Bressane baseados nos livros Galáxias, e o especial de televisão Poetas de Campos e Espaços, de Cristina Fonseca. Recitais com poetas como Gozo Yoshimasu (Japão) e Alice Ruiz, e apresentações musicais com Gilberto Mendes, Alberto Marsicano, Péricles Cavalcanti e Lívio Tragtenberg também irão compor a série de homenagens. Confira a programação completa no site da Secretaria de Estado da Cultura . Casa das Rosas - Av. Paulista, 37 - SP fonte: SEC

poesia no divã

dúvidas, sugestões, broncas, um simples oi ? skype-me de segunda a sexta-feira, das 9s às 11h nome de usuário: valtarelho download aqui ~> de computador para computador é grátis

romantique

imagem do site monde du parfum ... et des échecs L'individu bien conforme est taillé d'un bois à la fois dur, tendre et parfumé Nietzsche seu cheiro - choque - : rasgo de ar puro no meu sufoco viciado seu cheiro - chique - : eau de homem [ poésie poison passion ] bouquet urbano no meu ranço flor do campo seu cheiro - xis - : agente noir infiltrado na curva [alva] do meu anseio seu cheiro lance certeiro : estratégia movimento ataque seu cheiro : argumento ou fato xeque-mate-me valéria tarelho * Un joueur romantique a un joueur qui éprouve du plaisir à attaquer et sacrifier (Pratique des Échecs- voir: Ark Angles - Great Australian Software)

circo dos prazeres proibidos

at the circus © susan gardos segui seu conselho : aparei as unhas do vício que arranha seus conceitos aceito seu jeito de domar amar sem vestígios uma dúvida : devo extrair os caninos que traíram seu siso? valéria tarelho

poesia na estrada

agosto, 19, sábado, 14hs estarei, junto com algumas das " suicidas ", na Primavera dos Livros 2006 - SP, participando de um recital organizado por Frederico Barbosa, diretor da Casa das Rosas e Samuel León, da Ed. Iluminuras. local: Centro Cultural São Paulo Rua Vergueiro, 1000 - Paraíso - São Paulo - SP setembro (data a confirmar) em Vitória - ES, a convite do poeta Jorge Sales, que (corajosamente) vem divulgando meu trabalho nos meios culturais de Vitória, sendo que tive um ou dois poemas musicados (visualizem as brotoejas de curiosidade). não sei de muitos detalhes, só sei que aguardam apenas que eu confirme a data para programar alguma coisa. assim que tudo estiver acertado, informo vocês. outubro, de 02 a 07 a convite do poeta Ademir Antonio Bacca, participo, pela segunda vez, do Congresso Brasileiro de Poesia, agora na sua XIV edição. o congresso acontece na cidade de Bento Gonçalves - RS e conta com a presença de representantes de diversos Estados brasileiros e países

das emboscadas

das armadilhas que a vida improvisa : o dia cheio de sur presas com prazo vencido : a noite má drástica que mal droga meus fantasmas [mais vivos do que eu que caio nessa cilada que a vida arma que a vida planta que a vida leva no bico] dos becos de obscura saída : a vida o sol nasce para todos os defeitos valéria tarelho

escape do netscape

se você entra aqui usando netscape, tenho uma péssima notícia: nada do que você está vendo corresponde à realidade - a minha. aqui no fantástico mundo de val, os scripts dos links, janela pop up, etc, funcionam. isso porque a maioria dos scripts só são 'enxergados' pelo internet explorer, o navegador dos sonhos - os meus. netscape é meu maior pesadelo, mas nem todo mundo aqui em casa sente o mesmo e usa essa "coisa" e esquece aberto e em um momento de descuido³ acabei navegando por ele mesmo. resultado: quase surtei quando vi meu adorado blog todo deformado (aquela janelinha do flashback, por exemplo, tem vida própria, não obedece a nenhum comando. não fecha nem com exorcismo)! people, eu imploro: usem sempre internet explore ou textura será sinônimo de tortura - a nossa. o blog, certinho como ele i.e. o blog, no obscuro mundo do netscape ta

eu te contemplo (há tempos)

pintura: mirage © salvador dali quando te penso agradeço que não passa disso pensar é o máximo que posso imaginar é o parco verbo que possuo quando muito fantasio que [ah, se por acaso tua boca se por descaso teu murmúrio (em ondas se por orgasmo] mas logo apago a idéia de [ah, se por ocaso tua lábia úmida na seca de meus lábios se por relaxo se por capricho amor ou sexo] num átimo deleto o que - em tese - seria ótimo sem o ato evito passo em falso veja baby o lado prático : você nunca será passado [mas ah se por um lapso uau se por um ímpeto] valéria tarelho * ouvindo "eu te devoro - djavan" "eu quero mesmo é viver pra esperar e esperar devorar você"

lâmina

é preciso, jack perícia para o corte certo precisão cirúrgica conhecimento de causa anatomia do efeito cortar o âmago afastar o ego extirpar nervos : da pele do apelo ao útero do tédio estripar órgãos do medo rasgar o nó - górdio - da garganta mutilar a face do ódio sangrar seus sórdidos disfarces é preciso, dear jack conter impulso a tempo enquanto abertos todos os segredos vá por partes dispondo em postas o adverso valéria tarelho

it's not so bad

certa vez ele perguntou se eu já havia visto meu rosto aquela noite [de poesia e papo - sério e não - após tanto tempo sem tempo para]. sim, mas não foi preciso espelho. me sentia renovada por dentro. refletida no infinito [reflexo do bem que ele me faz. imagem da paz que ele transmite]. nada é tão ruim quando recordo tudo o que já vivi com e por causa dele [especialmente a visita a uma casa em reformas, quando vi sonhos em construção sob os escombros e percebi os meus ainda no esboço. hoje vejo a casa pronta, a casa prática, a casa portas abertas, a casa acolhendo. os sonhos, concretos, se renovando. o que me lembra que sonhar é - de certa forma - dar existência ao etéreo, no plano real. mas sonhar, só, não basta. é preciso buscar meios - lícitos & lídimos. é ímprescindível um leal companheiro para dar as mãos nesses passos incertos. mãos, essas, que colhem o que semeiam no jardim da amizade - onde brota uma espécie de amor, em vários tons . mãos que não escolhem a flor pelo nome

spo[r]tlight

beleza ímpar essa do olho no essa da íris na isso faísca o isso ofusca a visão esse frisson esse vis-à-vis esse fetiche esse elo no halo na ola no olho no foco no olho na fonte no olho no holofote esse point esse insight esse isso fogo logo no i ní cio do jo go esse na isso no olho nu valéria tarelho * olé!

homem total

na abertura do show de B.B.King março/04 - foto de Marcelo Dischinger O gaitista Engels Espíritos é o entrevistado desta terça, 1º/08, às 20hs, no programa Homem Total, da TV União . TV UNIÃO - Canal 56 UHF BRASÍLIA / ACRE canal 13 / CEARÁ canal 17 e ao vivo pela internet : www.redeuniao.com.br Apresentação : Rachel Bardawil * sim, este é um blog poético e como já estive em dois shows desse "monstro", garanto a vocês: engels é o sopro mais puro da poesia. arrebenta. arrepia. ** espero que ele toque um blues e levite você também.

dos abismos

seu beijo cabe - exato - no meu desatino se encaixa nas lacunas de minha - única - loucura boca que se ajusta - lânguida - à minha angústia                              [aquela mais habitué                              que habita o oco                              de seu hálito] língua que sela - lábil - meu apocalipse lambe gotas de meus lapsos                              [aqueles que grafitam                              sua órbita                              traçam meu                              obituário] lábios que me  p r e c i p i t a m valéria tarelho