fui criada ao acaso em meio a uma crise de insônia ( maybe um orgasmo de insânia) posso ser um último ato (sem direito a reprise) algo límpido algo lúcido implícito no desatino de um deus-menino ( perhaps algo sujo no jato do gozo de um diabo adúltero) possuo fases de lua - inúmeras faces - repousa em meu peito um vulcão dormente - que no leito irrompe - cúmplice do vento sou o disfarce que ele ousa e quando caio das nuvens desmancho em magma (talvez não passe de um dueto entre inferno e firmamento quem sabe poesia humana refém saída da lama à superfície da alma) valéria tarelho publicado na máquina do mundo , nº 1, abril/05
esta é uma obra de fricção