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Mostrando postagens de setembro, 2005

viúva negra

para cada boca que me sorve sirvo o mesmo veneno vario conforme o beijo a dose de ar cênico poema premiado no concurso "Poema Enxuto", da comunidade homônima, no Orkut. Lista de escolhidos: • VALÉRIA TARELHO • GUI • DIRA VIEIRA • CAMÉRA • RICARDO MAINIERI o resultado, bem como os poemas escolhidos e critério de escolha, podem ser conferidos no link abaixo: resultado do primeiro concurso Poema Enxuto (obs: necessário possuir cadastro no Orkut para visualizar a página) foto: elizabeth montgomery, no filme "black widow murders"

a alguém, que (sei) virá

com que roupa me rasgas com que culpa me pensas (que desculpa - fictícia certeza - arrumas) com que uma és dois e depois com que cara me buscas a que horas me esqueces em que prece me chamas com que gana me xingas (de que nomes sou digna?) - digas - quem és tu por onde andas com que dúvida acreditas que me amas? valéria tarelho

de malas (quase) prontas

sobre o evento, programação, participantes, visite o site: Congresso Brasileiro de Poesia vamos?

walt whitman

Às vezes com a pessoa a quem amo Fico cheio de raiva Por medo de estar só eu dando amor Sem ser retribuído; Agora eu penso que não pode haver amor Sem retribuição, que a paga é certa De uma forma ou de outra. (Amei certa pessoa ardentemente e meu amor não foi correspondido, mas foi daí que tirei estes cantos.) tradução: geir campos

ânima & (lág)rima

fui criada ao acaso em meio a uma crise de insônia ( maybe um orgasmo de insânia) posso ser um último ato (sem direito a reprise) algo límpido algo lúcido implícito no desatino de um deus-menino ( perhaps algo sujo no jato do gozo de um diabo adúltero) possuo fases de lua - inúmeras faces - repousa em meu peito um vulcão dormente - que no leito irrompe - cúmplice do vento sou o disfarce que ele ousa e quando caio das nuvens desmancho em magma (talvez não passe de um dueto entre inferno e firmamento quem sabe poesia humana refém saída da lama à superfície da alma) valéria tarelho 1 - poema selecionado para compor a antologia São Paulo em Prosa e Verso 2, da Litteris Editora - lançamento na Bienal Internacional do Livro, em março de 2006 2- publicado na máquina do mundo - revista de poesia ano 1 - número 1 - abril de 2005 3- e por falar em antologia, um poema escolhido neste blog fará parte de uma antologia que está sendo organizada por Ulisses Tavares , com lançamento previsto para

antídoto

para pé no saco : poesia para carrapatos sanguessugas parasitas : poesia para os fracos fiascos fracassos : poesia para quem se acha se queixa e todo chato de galochas : poesia para 'peçonhas non gratas' escorpiões najas jararacas : poesia para mau-olhado diz-que-diz-que nhenhenhém zunzunzum blablablá lero-lero chororô tititi : poesia e um sonoro tô nem aí valéria tarelho "Conta a lenda que uma vez uma serpente começou a perseguir um vaga-lume. Este fugia rápido, com medo da feroz predadora e a serpente nem pensava em desistir. Fugiu um dia e ela não desistia, dois dias e nada... No terceiro dia, já sem forças, o vaga-lume parou e disse à cobra: posso lhe fazer três perguntas? -Não costumo abrir esse precedente para ninguém, mas já que vou te devorar mesmo, pode perguntar... - Pertenço a sua cadeia alimentar ? - Não. - Eu te fiz algum mal? - Não. - Então, por que você quer acabar comigo? -Porque não suporto ver você brilhar!!!" Fonte: Parábolas de Vida Alberto Brizola

(e)lance

talvez resultado de um jogo de dados entre deus e o diabo talvez de um pacto entre o sacro e o profano nasci em você [de chofre] lúbrica e pura : misto do casto e castigo logro e lisura a sugar teu sangue a sonhar teu sono a simular teu gozo valéria tarelho

encontro você lá!

clique na imagem para ampliá-la quarta-feira , dia 21/09 , a partir das 19hs Casa das Rosas Av. Paulista, 37 - SP (estação Brigadeiro)

break-even-point

mesmo o que pulsa um dia cansa desanda descompassa pausa & pára o break nem sempre causa dano nem sempre a quebra repulsa simplesmente acaba vira nada disso finda sem lucro ou prejuízo muda o disco como se nunca um mísero valéria tarelho em tempo: algo do lau, nada ao léu, instigado por um comentário meu colho palavras na semente do cânhamo e do sexo dormente em suas colinas e o poema nasce como um estranho vulto no meio da página barroca escrevo para macular o silêncio e te dizer do estranho medo que às vezes sinto escrevo este poemateu como um prometeu ensimesmado ácido e otário nada que seja qualquer coisa séria - valéria lau siqueira - poesia sim

cor de rosa choque

cheia de indiretas indiscreta [na medida] ousada [e daí?] se preciso vou à luta armada de meu veneno : inócuo para uns estonteante para poucos letal para quem for louco de pisar em mim [no fundo camuflo um puta medo de ser feliz] valéria tarelho cor de rosa choque - rita lee <~ para ouvir

origami

numa tarde qualquer o amei fui o papel espelho que ele vincou [virou para cá volveu para lá usou de mágicos dedos] enquanto fui só amor para dar [e medo] ele apenas brincou de me dobrar valéria tarelho inverno - adriana calcanhoto <~ para ouvir

convite

A Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura Convida para o Lançamento de: O ECO DO ESPELHO , de Donny Correia. Recital com poemas do livro apresentado por Flávio Rodrigo Vieira. Sábado, 17 de setembro, a partir das 19h Av. Paulista, 37 - SP (metrô Brigadeiro) 3285-6986 www.casadasrosas.sp.gov.br Estacionamento com desconto na Al. Santos, 74 “O Eco do Espelho”, livro de estréia de Donny Correia, apresenta um poeta atento às sutilezas da linguagem e às agruras da realidade opressiva que nos cerca. Dominando com segurança recursos poéticos sofisticados, Donny Correia já surge como uma presença a se considerar no cenário da nossa poesia. Frederico Barbosa

plágio

susto sentença ou surto o certo é que foi súbito (curto -circo-circuito) coisa de corte co(m)média contágio choque coisa de palco (cartas na manga) (im)pulso que sangra e singra artérias das rimas até a morte (po ético-patética) na cadeira elétrica em completo anonimato valéria tarelho Álibi - Djavan <~ para ouvir

malandragem

"eu só peço a Deus um pouco de malandragem pois sou criança e não conheço a verdade eu sou poeta e não aprendi a amar" (Cazuza/Frejat) eu só peço a Deus malícia na dose exata para forjar o poema enxuto e torço para que nasça seco irônico bruto um soco (na boca do âmago) cínico malandro blefando no jogo eu sou poeta e não aprendi a iludir valéria tarelho "quem sabe eu ainda sou uma garotinha" malandragem - com Cassia Eller <~ para ouvir

nós um

o sempre em sonho agora tem contorno textura exata cadência (nas pausas nos ênfases em cada reentrância) afluência de águas olho verde no olho lente (lento contato d entre) captando o som (sus surro do rio indo [ou]vindo) o sonho dantes[co] agora sabe-se (céu) cor imagem som[a] (plena) vertigem (quase) quasares plêiade o sonho outrora só agora a dois (sóis em paz) só agoniza se depois de nós (resíduos) ousa e goza (feito nada) a sós valéria tarelho

apelo

pela festa pelo festim o estopim pela centelha labareda lava suor pela cara pálida pele vermelha pela fantasia o cetim a renda pela seda voal e voz sombra luz escuridão pela nudez das estrelas pelo lapso dos astros pelo eclipse dos corpos pela visão (dois sóis) pela ciência pela não explicação por esta senda estreita vereda pela ordem pelo caos pela desordem dos lençóis o descompasso dos corações pelo amasso pelo avesso puro apelo por apolo vênus eros pelos mitos pelos homens seus mistérios pelas mulheres seus (g)ritos pela fome de beber saliva pela sede de comer a seiva pela selva pelo mar o ar a terra pela paz em plena guerra línguas bélicas ambíguas pela lambida na (fé) ferida pelo óbvio pelo oculto pelo obstante o livre arbítrio pelo instinto pelo instante pelo istmo pelo infinito pelo limite (medo limítrofe) pela estrofe pela ponte por tudo que nos liga desconecta dá tilti pelo lábio pelo néctar pelo beijo-batom-bombom- cer(v)eja o tum

de sol a cio

amo você pelo avesso e [confesso] pelo verso: o torto e reto afora adentro amo você a quilo a metro a quilômetros e perto s e p a r a d o bemjuntodopeito amo você água & vento de fato de feito mundo & átomo fogo-fátuo astro por você: léu & cardo chuva & chama brando & árduo eu ardo valéria tarelho