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Mostrando postagens de outubro, 2013

outubro

outubro tem encantos que se revelam aos poucos. hoje, dezoito, me transportou no tempo. há dez dias [08], eu estava renascendo.  outubro, seja assim: sereno. sou quase flor.      a primeira vez que brotou filha em minha vida foi em um outubro. e, também, a terceira. açucenas, melissas ou angélicas? só sei que outubro é cor de rosa. me nina. tem cheiro bom.      outubro, mês que é dez, mesmo quando é mais ou menos. ainda descubro o que é que outubro ten.      outubro chegando ao fim e não se contenta: hoje, 24, começa nova jornada. novo susto me aguarda? ou um sopro sobre o que mal cicatrizou? outubro será mistério até daqui a pouco, quando definirá meu tratamento. sim, tenho conserto. grande chance de [lou]cura. falta saber o método. outubro, seja manso. me leve no colo, coloque no leito. [en]cante. conte histórias que me ninem até amanhecer novembro [e seus novos segredos].  *duvido que acate: outubro insiste em revelar-se aos poucos. que

marasmo

imagem de  https://www.facebook.com/eumechamoantonio é tarde - antônio - o amor anoitece êxtase algum o deixa  atônito valéria tarelho *da série: recados para antônio

ainda tenho meus [en]cantos

nem sereia nem sarada mas com a língua afi[n]ada valéria tarelho *foto: Madonna, via Instagram

chuvessência

malhas

dear, eu, de novo, para te contar as últimas [as unhas continuam as mesmas: idêntica fissura ]. há um tempo ganhei novo aperto. chegou no outono. veio em novelos. fardos de saudade tua. invernou [graus abaixo de zelo] e passei a tricotar desejos. .ponto a ponto. entre meias, laçadas, carreiras, teço teu cheiro.  entrelaço teu gosto. tramo nós. nos retorço. em tranças. entremeios. meio ano se foi. você não veio. [des]cubro-me só, refém das noites v[il]ãs em que tricotei anseios. ainda te espero, meu bem, enquanto primavero e até nem sei. pois és sonho em todo outono.  sina que [me] veraneia. lá, onde jamais fomos, estarei  a tecer este amor até a mor- te ser. love, a tua. valéria tarelho * imagem de flickr.com/anitah

p.s.: no pensamento

posologia

a poesia precisa de pausa  em drágeas a loucura procura uma paz  mais líquida tem dias que sou sã - subcutânea - e dias  de pura ira intrave[ne]nosa rasgo a rima valéria tarelho *foto do local da "espetadinha" para o contraste da tomografia

para essa gente, que sabe quem

existe gente assim: que não se vê e não se vive sem; que pouco se vê e tem muito a ver; que, vendo ou não, sempre vem [ pra valer]. gente que eu sei quem, onde, quando, como e cada porquê. gente assim, que amo e tenho como irmã, irmão. de sangue, sem ser. gente única, que não se nomeia. que atende o toque de recolher. entende do silêncio. conhece os sinais. detém as senhas. gente suave, que não invade. pertence. está sempre. e sabe, além do verbo, ver.  gente assim: que arde. de verdade.   valéria tarelho

mudança

mudei eu mudou você                    [mudamos nós                     ou o meio em que nos moldamos                     se acomodou?] e o poema que nos so[nh]ava  emudeceu  valéria tarelho *poema provocado pela imagem acima, de Clarice Freire, do 'pó de lua']

identidade

prefiro correr o risco a não mover um músculo em meu rosto o vasto currículo  :  córregos sofridos  sacrifícios em ondas  vincos de rios vazios  minha fronte move ruas  expressa vias  bifurca rumos  exibo na face nua  meu real registro  :  o rg das rugas  valéria tarelho *Livro da Tribo 2014

campanha em prol do poema

que outubro  [seja rosa ou surja nude] rubre a rima valéria tarelho [espero que você se toque]