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Mostrando postagens de julho, 2006

aviso ao navegante

não importa quando parto ou como [e se] aporto idas e vindas são um ato autômato pausar um porto ousar outro zarpar de pronto é prático nada causa vaga nostalgia nada em voga atinge o âmago cheia ou rasa choro ou riso x ou y não me impingem tenho olho habituado a todo tipo de ocaso todo tempo de acaso tenho ilhado só cruzo águas do agora futuras marcas não figuram no meu mapa mágoas passadas que resgato e trago a bordo não passam de reféns do ontem naufrágo não possuo bens ou bússula não há banzo que comigo possa posse [benzinho]? impossível valéria tarelho * ao som de maresia - adriana calcanhoto

das sutilezas

temos um modo próprio de nos tocar toque nem sempre físico estímulo contudo químico bombástico jeito atípico de agitar o átimo poético aspecto tátil ao tanger o íntimo e atingir o núcleo : oculto no concreto translúcido no abstrato tatuado no espaço gráfico nosso [im]pacto com tato com tanto trato tácito como de hábito valéria tarelho * há um sujeito oculto em minhas pressas e rações diárias. à poesia que emana dele, meu olhar suspeito [ preso em flagrante deleite ]. ** soundtrack: apenas mais uma de amor - lulu santos "deixo assim ficar subentendido"

oz não é aqui

"someday I'll wish upon a star wake up where the clouds are far behind me" o tédio [ tema batido ] de todo dia a taquicardia [ velha amiga ] do peito tísico o trauma [ antiga trama ] dos medos de tranças o tempo [ a toque de valsa ] tricotando detritos sorrir para o sol que sai de assalto e entra em cartaz : truque [ frustrado ] de aprendiz [ tornado possível é só um invento over the rainbow ] valéria tarelho * o hawaii é aqui "over the rainbow / what a wonderful world" versão com israel kamakawiwo'ole [o grande iz]

homem.com.H

sem título

tem poema que nasce pronto mal respira anda com as próprias penas se vira na lida como cria de outros bichos : poema filho desse vício que me morde dessa droga [ démodé?] com que me pico todo [demo] dia tem poema de bizarra beleza e poema medonho como o demônio : poema cruza da mãe natureza com coisa do capeta [camuflado de poeta] tem poema que assino embaixo tem poema que passo por cima tem poema que assassino antes do parto : aborto o futuro monstro mostro ao mundo se é presente dos deuses [às vezes publico um ogro do tipo sujeito ao lixo : sem pé sem cabeça sem título gerado sem pai nem porquê] valéria tarelho [da série: "assinei, mas não devia"]

FLAP (-me camaleoa)

São Paulo: dias 29 e 30 de julho Espaço dos Satyros I Pça. Roosevelt, 214, Centro. A edição de São Paulo traz, dentre outros convidados, o cineasta Sérgio Bianchi, a vereadora Soninha Francine, o crítico Manuel da Costa Pinto, o jornalista Ivan Marques e escritores como Luiz Ruffato, Frederico Barbosa, Claudio Willer e Xico Sá. A FLAP! nasceu em julho de 2005 como uma contra-proposta à FLIP (Festa Literária Internacional de Parati), um evento que o grupo entende como direcionado ao público de classe alta, caro para muitos estudantes (o público paga para entrar em palestras e shows), além de focar em autores de best-sellers e estrelas de televisão; ainda que acabe trazendo escritores e críticos importantes. Organizada por estudantes do curso de Letras (FFLCH) da Universidade de São Paulo e da Academia de Letras da São Francisco (Direito), a FLAP! 2005 reuniu mais de 300 pessoas no Teatro dos Satyros na Praça Roosevelt e teve divulgação nos principais veículos literários por reunir p

perspectiva

fotografia © Ricardo Tavares tem dias em que sou so(u)l poente : aquele instante só que transcende a luz antecede o breu provoca o céu e seus pastéis : dias em que sou troca de papéis valéria tarelho

cliques de quarta

pelo olhar de João Urban: Virna Teireira Valéria Tarelho Tatiana Fraga, representando Bruna Beber (telão) Mônica Oliveira, representando Silvana Guimarães (telão) Marília Kubota Jane Sprenger Bodnar Andréa Del Fuego Frederico Barbosa - abertura do evento que aconteceu na Casa das Rosas - SP, em noite de 12 de julho - lua cheia. outros cliques aqui

soul

fotografia © rui gouveia sou como este sábado de sol : suor & sede norte ao sul e tal o sinuoso s que este céu azul sugere e não possui só sabe-se do embuste o seio [solo alheio c insinua sem sabê-lo] valéria tarelho em tarde sólita de sábado : será sorte? será sátira ?

Sobrevivemos, sem um arranhão

Atentados e atropelos à parte, o "suicídio coletivo" aconteceu. Quem compareceu pode testemunhar em nossa defesa - ou acusação. Só não vale ficar indiferente a dez mulheres sangrando desespero por todos os poros. Dez mulheres saltando do topo de textos densos, mesmo quando irônicos. Dez suicidas despidas de preconceitos - e despindo o pré-conceito que permeia a literatura feminina. Sim, ele existe. Ainda. E se veste de um (ul)traje qualquer. Por isso, as suicidas. E também as suicidas, para rir de tudo isso. Nossa garra, rasgando essa veste démodé - guerra dos sexos é uma roupa pra lá de fora de moda. E suja . Mas algumas pessoas a usam, disfarçando o ranço ou com o tema batido despudoradamente à mostra. Frederico Barbosa é testemunha ocular desse crime. E logo na abertura do evento, o condena. Quarta-feira saímos do site de apenas letras impressas. Deixamos nossas cidades, casas e Internet. Fomos dar a cara a tapa. E antes que pensem que além de suicidas, somos escritoras

Sangue na Casa das Rosas

Recital de escritoras sangra preconceitos na Casa das Rosas (por Marília Kubota) No dia 12 de julho de 2006 dez autoras participantes do projeto Escritoras Suicidas estarão se apresentando na Casa das Rosas, a partir das 19h30 . As poetas e escritoras Andrea Del Fuego, Jane Sprenger Bodnar, Jussara Salazar, Mara Coradello, Marília Kubota, Mariza Lourenço, Ro Druhens , Silvana Guimarães, Valéria Tarelho e Virna Teixeira vão ler textos que refletem a condição feminina na literatura. No ar desde outubro de 2005, atualizado com um tema a cada mês, o site Escritoras Suicidas — www.escritorassuicidas.com.br — vem divulgando a produção representativa de novas e novíssimas autoras, que começaram a produzir a partir dos anos 90 e 00. São mais de 30 colaboradoras fixas, além de convidadas. O nome Escritoras Suicidas não presta reverência a Virgínia Woolf, Ana Cristina César, ou outra escritora/poeta suicida, como se poderia supor, mas faz parte de uma estratégia para fazer com que o estereó