fui criada ao acaso
em meio a uma crise
de insônia
(maybe um orgasmo
de insânia)
posso ser um último ato
(sem direito a reprise)
algo límpido
algo lúcido
implícito no desatino
de um deus-menino
(perhaps algo sujo
no jato do gozo
de um diabo adúltero)
possuo fases de lua
- inúmeras faces -
repousa em meu peito
um vulcão dormente
- que no leito irrompe -
cúmplice do vento
sou o disfarce que ele ousa
e quando caio das nuvens
desmancho em magma
(talvez não passe de um dueto
entre inferno
e firmamento
quem sabe poesia humana
refém saída da lama
à superfície da alma)
valéria tarelho
publicado na máquina do mundo, nº 1, abril/05
em meio a uma crise
de insônia
(maybe um orgasmo
de insânia)
posso ser um último ato
(sem direito a reprise)
algo límpido
algo lúcido
implícito no desatino
de um deus-menino
(perhaps algo sujo
no jato do gozo
de um diabo adúltero)
possuo fases de lua
- inúmeras faces -
repousa em meu peito
um vulcão dormente
- que no leito irrompe -
cúmplice do vento
sou o disfarce que ele ousa
e quando caio das nuvens
desmancho em magma
(talvez não passe de um dueto
entre inferno
e firmamento
quem sabe poesia humana
refém saída da lama
à superfície da alma)
valéria tarelho
publicado na máquina do mundo, nº 1, abril/05
Comentários
de insânia) Fantástico isso!
e que barrocas estas minhas palavras
soando como as de um padre Vieira...
A explosão que cria uma poeta Valéria
é um começo de um mundo onde morrem
porque não se explodem coisas velhas.