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Um lugar para dois



Não. Não foi com medo de avião que segurei pela primeira vez a tua mão. Foi, talvez, com pavor dos pés no chão, que voei ao teu encontro. Foi, céus após tantos desencantos, que pousei no teu pier. Em paz. Peito contra peito. Antes taquicárdico, que tardio (disse-me o eco).
A realidade é cruel, tem olhos panorâmicos, tentáculos de titânio, mantém nossas mãos no cárcere. Fora de alcance. 
Foi, sim, com medo de não entrelaçar nossos dedos, que dei asas ao querer-te no tempo presente. Indicativo. A tempo, contento e teto. Sujeitos a atos concretos. Verbos em conjunção.
Destino é um​ pássaro selvagem que come nas minhas mãos. 
Seguras de ti. 


Valéria Tarelho

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