Mãe não morre, sai de cena para descansar as cadeiras.
Vai ali, por as pernas para o ar, depois da doce trabalheira.
Fica à espera, à espreita, dá a mão do lado de lá da invisível cerca - única barreira que a separa e impede de tocar os que abrigou no ventre.
Mãe, o ser mais paciente - sem paciência - que a ciência não clona e a poesia não explica tanta asa e pés na Lua, estando à beira do fogão. Ou da fúria.
Mãe, só uma. E muitas. Onde quer que voe e pouse suas pantufas.
Vai ali, por as pernas para o ar, depois da doce trabalheira.
Fica à espera, à espreita, dá a mão do lado de lá da invisível cerca - única barreira que a separa e impede de tocar os que abrigou no ventre.
Mãe, o ser mais paciente - sem paciência - que a ciência não clona e a poesia não explica tanta asa e pés na Lua, estando à beira do fogão. Ou da fúria.
Mãe, só uma. E muitas. Onde quer que voe e pouse suas pantufas.
Valéria Tarelho
* para a super Aliete, que exerceu tantos papéis, inclusive o de minha mãe.
** imagem via Pinterest
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