Fico feliz por coisa pouca. Coisa que destoa. Destaca-se da produção em massa. Coisa com um quê de música. Textura de flor. A cor da fúcsia. Um bom acorde. O som da respiração. Coisa quase nenhuma, que parece múltipla nas (certas) mãos. Coisa que a tecla dita e a tela há de comer. Um dia. Mas, antes, fez bailar pupilas.
Feliz por coisa que chega de surpresa. E fica. Finca raiz. Fixa sua essência. Etérea. Coisa que venta com mansidão de pluma. Coisa que é poesia (seja prosa, seja poema, seja bula de dipirona). Quase crônica essa doença ao pé da letra. Mania que atiça quando a palavra dança. Solta. E tira, para a valsa, minha alma. Só.
Fico feliz por coisa alguma. Coisa tamanha.
Valéria Tarelho
*imagem via Instagram
Comentários