Pular para o conteúdo principal

And so it goes


Te amo por causa de quase nada. Por coisa mínima, que tanto significa. Por pouca poesia, que, no dia a dia, superou as [parcas] expectativas. Virou torrente, o amor que era chuvisco. Garoa fina. Hoje, irriga minha vida, o amor que era pingo. Virou rio. Queda d'água. Fonte do meu riso. Usina.

E nem precisava da força intensa dessas águas, já que eu te amo por uma poça rasa. Pela lembrança que restou da chuva, retida na calçada de teus olhos. Onde dei meus pulinhos, igual criança. Te amo pelo nano instante em que tua úmida paisagem permaneceu invertida em minhas retinas. E converti em quadro, o teu retrato cristalino.

Eu, que só pedia [podia] uma rima, me veio esse amor: um livro. Com texto amarelado pelo tempo e páginas em branco para [meu] preenchimento.

Não era necessário ser assim, imenso. Te amo por um lapso em que somos eternos. Por um pedaço de sonho que temos diante do vasto espaço que não abrangemos. Por uma fatia de dias nessa vida tanta e torta, onde te amo a torto e a direito. Por pequenos gestos, teus e tão teus, te amo com este meu amor gigantesco. Por um naco. Por um tico. Por um flash de memória. Por um branco que me veio agora: te amo todo um mundo colorido. Onde tu pintas, com teu sorriso, é o lugar em que descanso.

Te amo como um grão que germina. E nasce flor de enfeitar a vida. De perfumar tudo que meu olhar avista. Te amo botão se abrindo [de flor e de camisa]. Te amo brisa à flor da pele. Cheiro de teu peito. Teu aconchego, meu arrepio. Te amo quando me colhes no jardim secreto que abriga as saídas de nosso centro. E te amo quando me beijas. E bisas. E quando por todo o meu corpo você vira vento. Me revira. Por dentro.

Bastava um sopro, me acontece esse amor-ciclone. De mudar meu eixo. Não tem mais jeito de te amar sem espiralar o pensamento. Não tem como voltar atrás, se já não [re]conheço minha rosa dos ventos. Perdi o Norte, quando te achei ao Sul da vida. Se amar-te é o meu caminho, só digo que eu o sigo. Contigo ou só, mas sempre com este amor [oeste]. Amor celeste.

Te amo ponto e vírgula. Amor que não se finda. Luz. Sina. Ação. Te amo todos os sinais. Os sins e nãos. Talvez, quem sabe, na dúvida e na razão. Te amo um verbo que me transita. Amo adjetivo, te admiro sob qualquer prisma. Amo - sujeito oculto no meu te[x]to - teu lado lindo e o menos fotogênico. Amo teu jeito doce e amo o mau gênio, que nem conheço, mas imagino. Amo teu íntimo e o exterior que envolve tua alma [amada].

Te amo ,a princípio, desde o início. Te amo e não há outro meio, porque sem esse amor já não existo [assim, como aprecio ser, graças ao amor que veio me florescer].

Por fim, te amo. Finalmente. Até que enfim. A tempo de. E por mais que digam [e eu repita] não haver para sempre, insisto que há. Cismo. Porque em mim, meu bem, tu és irritantemente definitivo. Coçando e acariciando por toda a minha existência. Para todo o sempre serás esse cisco e o motivo do brilho que trago nos olhos. Esse risco que percorro e o infinito que levo no corpo. Esse amor de passo em passo, de grão em grão, de tempo em tempo. Caminhando, semeando sonho, céu, oceano, campo de girassóis, um lugar sereno para nós dois. Simples assim. E é um luxo possuir este amor de pequenas delicadezas!

No mínimo, eu te amo por causa de uma fração de segundo em que me vi refletida em tua íris. No máximo, é só pelo fato de existires.

Perene. Em mim.


valéria tarelho

Comentários

Anônimo disse…
in-finito,

de se perder o fôlego.


vVv
valéria tarelho disse…
Néhammmm?

E tem quem leia o texto ao telefone...é muito amor :D