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dois poemas


imagem da NASA


ceia láctea


sugar estrelas
nos mamilos
da galáxia

e a seguir
comê-la
:
anseio



ilustração via Google imagens



comedida



engole sapos
tem papas na língua
em um ataque de modos
respira fundo
incorpora midas
doura a pílula

engana
sua fome de fúria
não sacia
sua gana de ira

vive de saco cheio
morre de boca
v_azia


valéria tarelho
* publicados em novembro/11, no "poema curta-metragem"



Comentários

Ricardo Mainieri disse…
Val, nos poetas, nos abastecemos de material, muitas vezes, fora dos ditames triviais da poesia. No primeiro poema a foto(linda) de uma galáxia te remete a um texto com tons eróticos. Escrevi poemas, também, lendo o "Tao da Física", do Fritjop Capra. Veja só.
No segundo poema, o retrato falado de um "concordino" nosso de cada dia. Pior que essas pessoas nos cercam e se multiplicam, fazendo que suas raivas engolidas virem tumores & assemelhados. Vade retro, prefiro chutar o balde.

Beijão.

Ricardo Mainieri
valéria tarelho disse…
Concordo, Maini! Tiramos poemas de todas as coisas e situações. E como disse Leminski: "vai vir o dia
quando tudo que eu diga
seja poesia"

Esse primeiro poema, por exemplo, surgiu após a leitura de um artigo sério de astronomia:

CANIBALISMO CÓSMICO- Via-Láctea devora galáxias e estrelas que cruzam o seu céu

Aproveitei o mote da galáxia canibal e dei outras conotações :)


Ambos foram publicados em datas diversas no 'poema curta-metragem', mas como esqueci de postá-los aqui na ocasião, acabei postando tudo junto e misturado...hehehe temas nada em comum, mas aí é que está a graça :)

Beijos, dear!!