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poema em desalinho

ilustração de Gabriela Andrade com trecho do Poema em Linha Reta, de Álvaro de Campos


ser de torcer o nariz
sem temer a sorte
e sua foice

ser acinte
ser açoite

ser um demônio
o anjo em si
sem temor ao fogo
e sua fonte

ser afronta
ser o front

ser a faca da palavra
fincada à fala flácida
sem render-se ao jugo
e a farsa da jogada

ser o saque
ser o sangue

[soco que lambe]

em suma ser
alguma teima
que não tema

ser poema



valéria tarelho
*publ. no Poema Dia em 14.05.11

Comentários

Valeria Soares disse…
Belíssimo!
Dilmar Gomes disse…
Amiga Valéria, estou passando por aqui para apreciar a tua arte e para deixar o meu abraço.
Fique com Deus.
André hp disse…
Bonito poema e imagem, valéria!
ser poema e ser inteiro: texto, contexto....e textura.
acho vc ótima!
NDORETTO disse…
É........DÁ PRA REFLETIR.......dar a cara à tapa,pagar o mico de ser honesto.

Beijo