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interlúdio

Madrugada Interdita I

há uma
loba lua
de língua lábil
a lamber
libido-lembranças
no lóbulo
do olvido

há uma
felina dúvida
que arranha
uma ursa sina
que abocanha
uma víbora sanha
assaz
tirana

duvido do bis
do vis-à-vis
da lábia vez
(au
daz)
que ainda uiva
idas luas
insinua
íntimas unhas
crava nu[n]cas
inocula
sua peçonha

façanhas
de um céu insone
sobre insignes
arranha-cios


valéria tarelho

* imagem: Madrugada Interdita , de Carlos Botelho

Comentários

Shirley Carreira disse…
Um dos teus melhores poemas! Amei.
valéria tarelho disse…
Doutora Shirley Carreira, queridona, quanta honra!

beijo saudoso!
Caio disse…
Lindo poema. Parabéns.
Anônimo disse…
Alta voltagem, Val!
Escoltado por uma imagem de apelo erótico.
Libido liberada para a loba-mulher.

Beijão.

Ricardo Mainieri
valéria tarelho disse…
Caio, grata pelo comentário, volte sempre!
[e quando não gostar de algo, comente! espero 'sinceridade brutal', como diz minha amiga Doretto :)]
valéria tarelho disse…
Maini, de vez em quando solto os cachorros [ou cachorras?].

Valeu, caro poeta!
Dilmar Gomes disse…
Muito bom o seu poema. Você está de parabéns.
Um abraço
valéria tarelho disse…
Salve, Dilmar, grata pela visita! Fui checar o "poetas anônimos" mas não havia postagem...quando inaugurar, avise, ok?

Abraço!
f.wilson disse…
Massa, invejei!
Anônimo disse…
Alto grau de lirismo! Ainda bem que não há contra-indicação, já sorvi tudo!

Beijo.