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amoreira


1

brotam em mim amoras
doces rubras suculentas
se você 
me namora 

me consumo em labaredas
quando você - bicho-
da-senda -
me devora


2

na amora
no ramo
em roma
:
amor há

a poesia
aroma
onde o poema
[na]mora


valéria tarelho

*na foto : mãos calejadas de poesia
**as frutas foram furtadas a caminho do primeiro turno da eleição. terei cem anos de perdão ? 
*** também furtei pitangas. amanhã tem mais peraltice :)

Comentários

Gustavo disse…
tens a maestria e o caminho da palavras, Valéria!

Beijos!
valéria tarelho disse…
queria mesmo era domá-las, Pablo, mas as danadas me escravizam :)

beijo, apareça amanhã, para ler o gostosuras ou "traversuras" ?: uma série de poeminhas sem compromisso, sobre o tema bruxa.
Lua Nova disse…
O bicho-da-seda tem muito bom gosto já que amoras são deliciosas. Mas não são tão delicosas quanto teu poema rubro e amoroso.

Deus fez as amoras, o homem fez os muros. Não se preocupe, pois no frigir dos ovos, obterás o perdão.
Não me preocupo com tuas peraltices, pois são saborosas e inocentes. Me preocupam as peraltices de quem iremos eleger.
Beijokas, minha poetiza querida.
valéria tarelho disse…
Amém, querida!

Aqui em SJC [no meu bairro, ao menos], há muitas amoreiras plantadas nas calçadas, ruas, praças e quintais.
Nessa época do ano é comum ver a criançada [e adultos 'peraltas'] puxando os galhos em busca das frutinhas. Essas da foto estavam em uma amoreira plantada na calçada, mas confesso que quando criança já invadi quintais atrás de coco, cajamanga, goiaba...já corri de muito cachorro ;)

Beijo!!!
Anônimo disse…
Quem nunca roubou fruta não teve infância, é, li seu comentário, sou assim mesmo.

Gostei muito do poema dois, li ontem e sem querer acabei entrando aqui e li de novo, é.