eu adoro feed. a.do.ro a ponto de não viver mais sem. tornou-se vital [sabe água? pois é algo assim, essencial] porque me supre. não preciso ficar de galho em galho [leia-se: blog] em busca de alimento [leia-se: texto]. fico aqui, bela e formosa [leia-se: bela e formosa], trabalhando em meus poemas, a louça na pia, a pilha de roupas, o test-drive no fogão [bela e formosa, don't forget] e a atualização de a,b,c,z chega em meu leitor de feed instantaneamente. como água. direto da fonte. fresca.
[ pausa para um aloha a você, que assina o feed do t e x t u r a ]
e aí transparece outro lado favorável do feed, o das 'provocações' imediatas. jorra um texto dali, que deságua aqui, desemboca acolá. vira pororoca. águas em choque. se, na natureza, essa força derruba árvores, modifica o leito dos rios, em mim ela opera turbilhões semelhantes. é um estrondo dentro, que não contenho. mergulho, me banho, surfo. surto, em ondas. agito águas mansas. ressuscito mares mortos.
há pouco recebi o feed do Fábio Rocha com seu mais recente post. no ato, peguei carona no mote [do mesmo jeitinho que o livro "Haikuazes" do Hamilton Faria inspirou meu "haicalos", que originou o "haicanagem", do André Alves, que vai saber quantas outras paisagens possibilitou]. estabeleci uma espécie de diálogo com o poeta, por impulso. segui a maré, à solta, entregue à sua força propulsora. força da 'provocação', gerando e iluminando ideias. não é assim, também, com a água?
DOS MOTÉIS
[Fábio Rocha]
Os motéis me lembram
aquelas paredes dos cemitérios
onde os corpos se deitam
lado a lado
e uns sobre os outros.
sem mistério
motéis lembram
crematórios
onde corpos
pegam fogo
e logo após
viram pó
e aí transparece outro lado favorável do feed, o das 'provocações' imediatas. jorra um texto dali, que deságua aqui, desemboca acolá. vira pororoca. águas em choque. se, na natureza, essa força derruba árvores, modifica o leito dos rios, em mim ela opera turbilhões semelhantes. é um estrondo dentro, que não contenho. mergulho, me banho, surfo. surto, em ondas. agito águas mansas. ressuscito mares mortos.
há pouco recebi o feed do Fábio Rocha com seu mais recente post. no ato, peguei carona no mote [do mesmo jeitinho que o livro "Haikuazes" do Hamilton Faria inspirou meu "haicalos", que originou o "haicanagem", do André Alves, que vai saber quantas outras paisagens possibilitou]. estabeleci uma espécie de diálogo com o poeta, por impulso. segui a maré, à solta, entregue à sua força propulsora. força da 'provocação', gerando e iluminando ideias. não é assim, também, com a água?
DOS MOTÉIS
[Fábio Rocha]
Os motéis me lembram
aquelas paredes dos cemitérios
onde os corpos se deitam
lado a lado
e uns sobre os outros.
sem mistério
motéis lembram
crematórios
onde corpos
pegam fogo
e logo após
viram pó
[valéria tarelho]
"A poesia que provoca esse orgasmo fatal tem essa força de se postar frente a essa consciência a que somente ela pode nos conduzir. A consciência da gente eclodir como consciência do outro, como fragmento lançado na imagem acreditada como nossa.
Isto tudo não seria ousar?"
Susanna Busato, em "Poesia...para quê?"
Comentários
~>tudo a ver com feed, água, poesia.
preserve [-se].
Essa fora uma das matérias mais "leves" que já li nos últimos tempos. Quase sai voando pela janela.
Adorei.
RS