Meus poemas publicados no jornal O Casulo, ed. 10, lançado ontem.
C’as mões
Não sei escrever sonetos.
Não consigo medir o tamanho
dos desastres que escrevo,
nem as consequências das burradas que faço.
No máximo, rabisco uns poemas caolhos,
inspirados nos meus percalços.
E a vida me dá o troco:
ora em aplausos, ora em socos.
(Livro da Tribo, 2005)
súplica
tenho dois olhos
[mudos ]
que se recusam
a ver o óbvio
uma boca
[cega]
que se nega
a dizer adeus
um coração
que pensa
uma cabeça
que pulsa
e estas mãos
[descalças]
ajoelhadas
a teus pés
(Antologia Poetas do Brasil, vol. 3, do Proyecto Cultural Sur/Brasil)
único
é um homem do tipo
ame
ou
ameace
há quem o chame
há quem o rechace
não existe ser vivo
por quem passe
batido
acho um charme
o ar de deboche
daquele atrevido
é meu número
e usa disfarce
de exclusivo
gala
seria adequado
se você pintasse aqui
seria um quadro surreal
salva dor
dali
opostos
sua coca light
destoa
de meu vinho tinto
seu terno de linho
desalinha
meu jeans surrado
seu cabelo grisalho
meus fios tingidos
seu olhar atrevido
o meu disfarçado
sua poesia de berço
afronta meu vício
recém-contraído
incrível
como na cama
seu universo limpo
e meu submundo ópio
rimam
(Livro da Tribo, 2009)
polígono
quantos lados tem o nosso caso?
quantos ângulos?
retos, agudos, obtusos?
que figura é essa que formamos,
onde cabem inúmeros
triângulos absurdos?
(Livro da Tribo, 2005)
centúrias
eu fumo
tu fome
ele fama
nós tragamos
nossa assaz
sina
(Livro da Tribo, 2008)
Um super beijo ao Eduardo, Andréa, Elisa, Marina Faria (que fez a linda ilustração) e todos os envolvidos nessa empreitada em prol da literatura. A poesia agradece!
~> Tenho alguns exemplares para distribuição ~> presente de Natal, ho ho ho.
Envie um endereço para a remessa.
C’as mões
Não sei escrever sonetos.
Não consigo medir o tamanho
dos desastres que escrevo,
nem as consequências das burradas que faço.
No máximo, rabisco uns poemas caolhos,
inspirados nos meus percalços.
E a vida me dá o troco:
ora em aplausos, ora em socos.
(Livro da Tribo, 2005)
súplica
tenho dois olhos
[mudos ]
que se recusam
a ver o óbvio
uma boca
[cega]
que se nega
a dizer adeus
um coração
que pensa
uma cabeça
que pulsa
e estas mãos
[descalças]
ajoelhadas
a teus pés
(Antologia Poetas do Brasil, vol. 3, do Proyecto Cultural Sur/Brasil)
único
é um homem do tipo
ame
ou
ameace
há quem o chame
há quem o rechace
não existe ser vivo
por quem passe
batido
acho um charme
o ar de deboche
daquele atrevido
é meu número
e usa disfarce
de exclusivo
gala
seria adequado
se você pintasse aqui
seria um quadro surreal
salva dor
dali
opostos
sua coca light
destoa
de meu vinho tinto
seu terno de linho
desalinha
meu jeans surrado
seu cabelo grisalho
meus fios tingidos
seu olhar atrevido
o meu disfarçado
sua poesia de berço
afronta meu vício
recém-contraído
incrível
como na cama
seu universo limpo
e meu submundo ópio
rimam
(Livro da Tribo, 2009)
polígono
quantos lados tem o nosso caso?
quantos ângulos?
retos, agudos, obtusos?
que figura é essa que formamos,
onde cabem inúmeros
triângulos absurdos?
(Livro da Tribo, 2005)
centúrias
eu fumo
tu fome
ele fama
nós tragamos
nossa assaz
sina
(Livro da Tribo, 2008)
Um super beijo ao Eduardo, Andréa, Elisa, Marina Faria (que fez a linda ilustração) e todos os envolvidos nessa empreitada em prol da literatura. A poesia agradece!
~> Tenho alguns exemplares para distribuição ~> presente de Natal, ho ho ho.
Envie um endereço para a remessa.
Comentários
Me envie o endereço por e-mail, Bel[a]!
E quero um também ;)
Está se parabéns!
Passarei mais por aqui...
Um beijo
Márcia