FRONDOSA
Para Valéria Tarelho
O dia me amanhece arbórea,
tronco arqueado, esgotada de seiva,
ainda em busca da renovação nas estações da palavra.
Não há invalidez nas plantas.
Os tantos galhos secos simplesmente se partem,
sem questionamento.
Apenas consideram seu papel no todo.
Meus olhos despertam secos.
É preciso chorar pétalas,
derramar floradas de versos,
me refazer frondosa.
Sou milenar em cada rima,
secular em cada olhar,
rotina de gestos e sentidos.
É tempo de maturar o fruto,
estufa de quereres,
aguardar, com a sabedoria das árvores,
a colheita da poesia.
shampooema
[ Al-Shaer]
de Valéria
a "do Tarelho"
seus poemas
crescem nas pontas
da (c)alma
tento apará-los
com mãos leitoras
a palavra ondulada
a palavra lisa
tento apará-los
com os ventos sorrindo
como cabê-los
de tanta poesia
(Al-Shaer
para Valéria Tarelho sarar logo, com c-AL-rinho)
miro
(para Valéria Tarelho)
te admiro pelo o que tu és
pois que és bela
poesia nua em pelo
cuca fresca
pareces uma pintura
um afresco
ornado em olhares
brilhos solares
a vida é isso
e o que mais seria?
ser estar poético
atlético em ebulição
seja o que tu és:
Xtra Large !
virtualmente
o real-mente
só o real aqui
ensaia
um tropeço
nas palavras
que não digo
mas que digo
virtureal
eu prefixo
e revisto
que te amo
-na poesia-
lá onde o poeta sobrevive
em cada letra
de pesar e valentia
de dedos
(de Ivo Ribeiro para Valeria Tarelho)
a tua poesia tem tex-
-tura, sim
tem suavidade
como se as palavras
{grávidas de som}
somassem
mão + mar + salto de muros + e +
até encontrar impossivelmente
o teu infinito
repentino
como se as palavras brotassem
por fim
o filho poema
e a essência incansável da textura
da tua nudez
muda
expli(cita), cintilasse.
*imagens via Pinterest: Obrigada e Post dividers
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